segunda-feira, 27 de abril de 2009

Max Ernst- DADA

MANIFESTO DADAÍSTA DE TRISTAN TZARA





“Dada não fala,


Dada não tem ideias fixas,


Dada não apanha-moscas (…)


Dada faz mais vítimas num ano que a mais sangrenta das batalhas.


Dada existiu sempre. A Santa Virgem já era dadaísta.


”Dada nunca tem razão.”Os verdadeiros Dada são contra Dada.”


MANIFESTO FUTURISTA


Em 1909, enquanto o cubismo se desenvolvia em França, o poeta italiano Filippo Marinetti proclamava a partir de Milão, o nascimento de uma nova estética: o futurismo.


O Manifesto de Marinetti, verdadeiro hino à vida moderna, rejeita o passado (passadismo) e glorifica o futuro (daí a denominação de futurismo) que antevê prodigioso graças ao regresso da técnica.


A máquina, conquista e emblema do mundo moderno, assume o lugar central de ídolo dos futuristas e, com ela, a velocidade, a que devotam um verdadeiro culto.


Nas suas palavras podiam ler o seguinte:Nós queremos cantar o amor, o perigo, o hábito da energia e da temeridade, (…).


Nós afirmamos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova – a beleza da velocidade. Um automóvel, com o seu corpo ornado de tubos semelhantes a serpentes explosivas, um automóvel rugindo, que parece correr sobre a estrada, é mais belo que a Vitória de Samotrácia. (estátua grega da Antiguidade Clássica) (…).


Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de toda a natureza e combater o moralismo; o feminismo e toda a vileza oportunista e utilitária.Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos as vagas multicolores e polifónicas das revoluções nas capitais modernas; (…)


cantaremos o vibrante fervor nocturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas lutas eléctricas; (…) as fábricas penduradas nas nuvens pelos fios contorcidos de fumo; as pontes semelhantes a ginastas gigantesque cavalgam os rios (…)


as locomotivas de largo peito (…)


o voo rasante dos aviões cuja hélice freme ao vento, como uma bandeira, e parece aplaudir como uma multidão entusiasta.


Filippo Tommaso Marinetti, Manifesto do Futurismo, 1909

DADAÍSMO

O Dadaísmo foi um movimento originado em 1916, em plena 1ª Guerra Mundial, em Zurique. Foi no Cabaret Voltaire que o poeta Tristan Tzara (1896-1943) estabelece o nome do movimento pelo mesmo acaso e ironia que haveria de presidir às suas criações, pois abriu um dicionário aleatoriamente e deixou cair uma gota de água sobre uma página; “dada” seria seleccionado.
Assume-se como um movimento de ruptura com todas as formas culturais do passado, tinha como base um anarquismo niilista e o slogan de Bakunin: "a destruição também é criação”. Insurge-se contra a separação entre a arte e a vida. Contrários à burguesia e ao naturalismo, procuravam a destruição da arte académica e tinham uma grande admiração pela arte abstracta.O objectivo máximo era o escândalo: o Dadaísmo procurava chocar um público mais ligado a valores tradicionais e libertar a imaginação através da destruição das noções artísticas convencionais. Marcel Duchamp materializa de forma notável estas ideias nos ready-made, objectos comuns elevados à categoria artística, o que implicou um ataque frontal ao próprio conceito de obra de arte. O primeiro ready-made, data de 1913, e era constituído por uma roda de bicicleta colocada em cima de um tamborete. O artista deixa de ser um criador, para passar a ser uma espécie de sacerdote. A sua tarefa é recolher e seleccionar objectos em seu redor, consagrando-os depois como obras de arte.
"A palavra DADA simboliza a relação mais primitiva com a realidade ambiente; uma nova realidade se revela com o Dadaísmo. A vida surge como um conjunto simultâneo de ruídos, de cores e ritmos espirituais, que são transferidos sem alteração para a arte dadaísta, com todas as febres da sua audácia quotidiana e toda a sua brutal realidade" (in, Manifesto DADA, Berlim, 1920).
Apesar da sua curta durabilidade - no período entre guerras, praticamente teria sido esquecido e das críticas realizadas ao movimento, fundamentalmente baseadas na sua ausência de vocação construtiva, teve uma grande importância para a arte do Século XX.
Fez parte de um processo, observado nesse século, da libertação da arte de valores pré-estabelecidos e da procura de experiências e formas expressivas mais apropriadas à expressão do homem moderno e da sua vida, inspirando movimentos posteriores como o Surealismo ou o Imformalismoe também haveria de estar na origem da Arte Conceptual.
Destacam-se: em Berlim, Raoul Haussmann (1886-1971) John Hertfield (1891-1968) e as caricaturas de George Grosz (1893-1959); em Hanôver, Kurt Schwitters (1887-1948); em Colónia, Max Ernest(1891-1976); em Paris, Jean Arp (1888-1966); em Nova Iorque, Francis Picabia (1879-1853), Man Ray(1890-1977) e Marcel Duchamp(1887-1968).
Movimento global: síntese de todas as artes na arquitectura
Contra a sociedade burguesa e o processo científico
Não é racional
Arte lúdica, niilista, intuitiva, impertinente e subversiva
Valorizaram o espontâneo, o primitivo e o inconsciente
Imaginação inventiva e inesgotável
Recurso ao absurdo e incongruente
Retorno do artista ao estatuto de artesão e ao seu anonimato na sociedade
Ausência de compromisso entre arte e o mercado
Estilo individual no ensino da arte

O dadaísmo utilizou técnicas plásticas novas como:
● O ready-made, usado por Marcel Duchamp, e que consistia no deslocamento de um objecto da sua função e do seu local próprios para um outro contexto, puramente estético;
● O object-trouvé (objecto encontrado), que é um elemento tridimensional, colado sobre a tela e combinado, por vezes, com colagem;
● O merzbilder – inventado por Kurt Schwitters, que é uma obra constituída por vários elementos dispares e casuais, extraídos do quotidiano e reunidos numa tela sobre a qual o artista interveio com a cor;
● As fotomontagens, que consistem em integrações de diferentes imagens autónomas numa só;
● Os rayographs (fotografia ou imagem) de Man Ray, que são fotografias executadas sem utilização da máquina fotográfica.
● E outras, reinventadas e combinadas como: a colagem de papéis e a sua montagem no plano com os objects trouvés que possuem relevo.

Piet Mondrian (1872-1944) - Neo-plasticismo (De Stijl)

The Red Tree. c.1909. Oil on canvas. 27 3/8" x 39". Gemeentemuseum, the Hague, Netherlands.

Evolution / Evolutie. 1910/11. Oil on canvas. 178 x 85 cm, 183 x 87.5 cm, 178 x 85 cm. Gemeentemuseum, the Hague, Netherlands.


Still Life with Ginger Jar I. / Stilleven met gemberpot I. 1911/12. Oil on canvas. 65.5 x 75 cm. Gemeentemuseum, the Hague, Netherlands.


Still Life with Ginger Jar II. / Stilleven met gemberpot II. 1911/12. Oil on canvas. 91.5 x 120 cm. Gemeentemuseum, the Hague, Netherlands.


Apple Tree in Flower. / Bloeiende appelboom. Oil on canvas. 78 x 106 cm. Gemeentemuseum, the Hague, Netherlands.


Composition Trees II./ Compositie bomen II. 1912. Oil on canvas. 98 x 65 cm. Gemeentemuseum, the Hague, Netherlands.



Composition No.9, Blue Façade / Compositie nr.9 Blue Façade. 1913/14. Oil on canvas. 95.2 x 67.6 cm. Foundation Beyeler, Basel, Switzerland.





Composition in Color A / Compositie in kleur A. 1917. Oil on canvas. 50 x 44 cm. Rijksmuseum Kröller-Müller, Otterlo, the Netherlands.



Composition with Red, Blue and Yellowish-Green / Compositie met rood, blauw en geel-groen. 1920. Oil on canvas. 67 x 57 cm. Wilhelm-Hack-Museum, Ludwigshafen am Rhein, Germany.

Tableau I. 1921. Oil on canvas. 96.5 x 60.5 cm. Museum Ludwig, Cologne, Germany.



Composition 2./ Compositie 2. 1922. Oil on canvas. 55.5 x 53.5 cm. The Solomon R. Guggebheim Museum, New York, NY, USA.



Composition II with Black Lines. / Compositie nr.2 met swarte lijnen. 1930. Oil on canvas. 50 x 51 cm. Stedelijk Van Abbe Museum, Eindhoven, the Netherlands.



14Composition with Two Lines / Compositie met twee lijnen. 1931. Oilon canvas, diagonal 114 cm. Stedelijk Museum, Amsterdam, Netherlands



Broadway Boogie-Woogie. 1942/43. Oil on canvas. 127 x 127 cm. The Museum of Modern Arts, New York, NY, USA.




NEOPLASTICISMO

Movimento artístico holandês criado em 1917 por Piet Mondrian
Pretendeu atingir uma visão impessoal e objectiva através de uma estética nova e universal
Procurou a perfeição e a verdade supremas, ultrapassando o mundo físico e emotivo, de modo a atingir o mundo mental
Arte pura, clara, objectiva, não ilusória e não representativa, e como tal antinaturalista, que utilizou a redução das formas e planos geométricos ortogonais, em composições abstractas, onde se estabeleceram múltiplas relações espaciais
As formas são estáticas, quadradas, rectangulares e pintadas com cores primárias, branco e cinzento, limitadas por linhas verticais e horizontais a negro e com diferentes espessuras, e procuravam o equilíbrio, a harmonia e a serenidade do ângulo recto, ser recorrerem á simetria, mas organizadas dinâmica e ritmicamente

Kasimir Malevich (1878-1935) Suprematismo

Morning in the Country after Snowstorm 1912 Oil on canvas31 3/4 x 31 7/8 in. (80.7 x 80.8 cm)Solomon R. Guggenheim Museum, New York

The Woodcutter 1912 Oil on canvas37 x 28 1/8 in. (94 x 71.5 cm)Stedelijk Museum, Amsterdam


Black Circle [1913] 1923-29 Oil on canvas 41 1/2 x 41 1/2 in. (105.5 x 105.5 cm.)State Russian Museum, St. Petersburg


Black Square [1913] 1923-29 Oil on canvas 41 3/4 x 41 7/8 in. (106.2 x 106.5 cm.)State Russian Museum, St. Petersburg. Esta é a obra mais polémica e original do pintor, resultante das suas proposições plásticas que, a concretizarem-se, levariam a pintura para a sua própria negação.

An Englishman in Moscow 1914 Oil on canvas 34 5/8 x 22 1/2 in. (88 x 57 cm.)Stedelijk Museum, Amsterdam


Black Square and Red Square 1915 Oil on canvas 28 x 17 1/2 in. (71.4 x 44.4 cm.)The Museum of Modern Art, New York


Red Square: Painterly Realism of a PeasantWoman in Two Dimensions 1915 Oil on canvas20 7/8 x 20 7/8 in. (53 x 53 cm.)State Russian Museum, St. Petersburg

Suprematism 1915 Oil on canvas 34 1/2 x 28 3/8 in. (87.5 x 72 cm.)State Russian Museum, St. Petersburg

Suprematist Painting: Aeroplane Flying 1915 Oil on canvas 22 5/8 x 19 in. (57.3 x 48.3 cm.)The Museum of Modern Art, New York

Suprematism: Self-Portrait in Two Dimensions 1915 Oil on canvas 31 1/2 x 24 3/8 in. (80 x 62 cm.)Stedelijk Museum, Amsterdam

Suprematist Painting 1915-16 Oil on canvas 19 1/4 x 17 3/8 in. (49 x 44 cm.)Wilhelm Hacke Museum, Ludwigshafen

Suprematist Painting 1916 Oil on canvas 34 5/8 x 27 5/8 in. (88 x 70 cm.)Stedelijk Museum, Amsterdam

Supremus No. 56 1916 Oil on canvas 31 3/4 x 28 in. (80.5 x 71 cm.)State Russian Museum, St. Petersburg

Suprematism (Supremus No. 58) 1916 Oil on canvas 31 1/4 x 27 3/4 in. (79.5 x 70.5 cm.)State Russian Museum, St. Petersburg

Suprematism 1916-17 Oil on canvas 31 1/2 x 31 1/2 in. (80 x 80 cm.)Fine Arts Museum, Krasnodar

Suprematist Painting 1917 Oil on canvas 38 x 25 3/4 in. (96.5 x 65.4 cm.)The Museum of Modern Art, New York

Running Man 1932-34 Oil on canvas 31 1/8 x 25 5/8 in. (79 x 65 cm.)Musee National d'Art Moderne, Paris

Self Portrait 1933 Oil on canvas 28 3/4 x 26 in. (73 x 66 cm.)State Russian Museum, St. Petersburg

SUPREMATISMO

Movimento pictórico nascido na Rússia por volta de 1915-1916.
O seu autor foi Casimir Malevitch
A sua preocupação foi a realização de uma arte pura da noção de espaço, ou seja, a relação entre as formas e o espaço que as circunda
Pintura:
Simplicidade das formas geométricas
Emprego de uma gama cromática restrita, constituída pelas cores primárias e secundárias, pelo preto(fim) e pelo branco(princípio)
Pureza
Malevitch:
Influência Expressionista e Fauvista
Trabalhou a noção ampla de espaço animado, movimentado por figuras geométricas de cores puras - o Suprematismo dinâmico, para mais tarde chegar ao um niilismo profundo da pintura, negando a própria pintura.

ABSTRACCIONISMO

· Autonomia da arte face ao real;
· Obra de arte como uma representação do mundo e não como uma representação narrativa;
· Obra de arte como uma estrutura formal e cromática simbólica;
· Introdução da racionalidade e da simbologia analógica de formas, ritmos e cores;
· Não imita a realidade;
· Não é figurativa, nem objectiva;

Abstracção Lírica - Kandinsky
· Influências do Expressionismo na fase Der Blaue Reiter;
· Arte como necessidade interior, como estrutura simbólica e como processo de comunicação espiritual;
· Ausência de estruturação geométrica;
· Afirmação da estética da emoção;
· A cor e a linha como elementos da simbologia e da harmonia interna da obra de arte;
· Muita cor, forte e contrastada;
· Mancha esbatida e diluída;
· Marcação com traços a preto.

Abstracção Geométrica
· Influência do Cubismo Sintético, sobretudo através da Secção Áurea e do Orfismo e pelo Futurismo;
· Arte como organização geométrica pura;
· Racionalizada, análise intelectual científica;
· Utilização dominante de cores primárias;
· Introdução de formas geométricas;
· Marcação de planos horizontais e verticais (ortogonalidade);
· Definição da harmonia através de ritmos matemáticos;
· Subdivide-se em duas correntes: Suprematismo e Neoplasticismo.

ARTE ABSTRACTA

É considerada a expressão mais pura da criação artística, pois está liberta de programas ideológicos ou culturais.
Nela, o artista não necessitou de recorrer ao mundo visível, pois não retrata o concreto, pelo contrário, apresenta uma sucessão de formas e de cores que em nada reproduzem a realidade.
O abstraccionismo representa o ponto de chegada das várias correntes de Vanguarda, iniciadas com o fauvismo.
A Arte Abstracta ou Arte não-figurativa, é uma forma de Arte, pintura, escultura ou arte gráfica, em que a realidade visível (portanto apenas aparente!) não está representada.
Toda a arte consiste em elementos que, em si, são abstractos: linha, forma, cor, tons e textura.
Anteriormente ao século XX, os artistas utilizavam estes elementos para representar o mundo da natureza e o mundo real através da imitação das suas formas. A representação mimética sobrepunha-se á expressão.
A Arte Abstracta tem as suas origens próximas no século XIX, um século caracterizado por uma arte figurativa, mas em que alguns artistas começaram a examinar os mecanismos da luz e da percepção visual.
O Romantismo contraria a visão fundamentalmente idealista e imitativa da arte do Neoclassicismo, sublinhando o papel da imaginação criadora do artista e do seu inconsciente.
Afirmou Maurice Denis: "Devemos lembrar que uma pintura, antes de ser um cavalo ou um nu ou outra coisa qualquer, é essencialmente uma superfície plana, coberta por cores numa certa ordem". Esta noção da pintura começa a ser reflectida pelos Simbolistas e pós-impressionistas do seu tempo.
Os movimentos artísticos do inicio do século XX, o Fauvismo, Expressionismo, Cubismo e o Futurismo, reforçam e sublinham esta diferenciação entre a Arte e a Natureza.
Há, no entanto, uma grande diferença entre abstratizar partindo das aparências do mundo real, mesmo até ao ponto do não reconhecimento ou não identificação e fazer Arte a partir de formas independentes do mundo real.
Nos quatro ou cinco anos antes da Primeira Guerra, Robert Delaunay, Wassily Kandinsky, Kazimir Malevich e Vladimir Tatlin iniciam a Arte Abstracta. Kandinsky é geralmente considerado o primeiro artista a ter executado obras não figurativas cerca de 1910-11, ou seja, sem objectos reconhecíveis.
Durante a guerra, o aparecimento do movimento Dada em Zurique e do grupo De Stijl na Holanda aprofundaram os caminhos desta arte.
O Surrealismo e os movimentos ligados ao Realismo que se sucedem, reforçaram no entanto o pendor verístico da pintura.
Após a Segunda Guerra, uma escola americana liderada por Jackson Pollock vem a emergir, o Expressionismo Abstracto, e a partir dos anos 50, a Arte Abstracta afirma-se como um modo de expressão relativamente comum na Europa e nos EUA.
Muitas pessoas ficam perplexas com esta forma de arte, mas para quem aceita e valoriza esta linguagem não figurativa, a Arte Abstracta é de grande valor e importância.
Para gostar de Arte Abstracta é necessário conhecê-la. É a História da Arte que nos permite acompanhar o nascimento desta forma de expressão que tem por fonte o espírito e a vivência humanos.
A Arte Abstracta é uma conquista fundamental da Arte Moderna, senão mesmo a sua maior realização.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Correntes derivadas do Cubismo e do Futurismo

O Orfismo, e a Secção de Ouro

“A primeira das duas fases de trabalho da cor, é a chamada fase do “Cubismo Órfico”, por Robert e Sónia Delaunay, no qual o lirismo aliado à exaltação da cor e o movimento futuristas serviu de elementos base, para o desenvolvimento destas obras. A expressão Orfismo ou Cubismo Órfico, provem do nome do herói grego Orfeu, que encantava tudo e todos, incluindo os animais a própria natureza, com os seus dotes musicais. Segundo o poeta Guillaume Apollinaire, o Orfismo, seria então a arte de pintar, como se de um jogo poético, ou de uma composição musical se tratasse, como em Kandinsky.” Essa denominação foi dada por referência à figura mitológica de Orfeu, poeta e músico. Talvez Apollinaire quisesse, com isso, referir-se ao lirismo que os orfistas queriam imprimir às formas cubistas

“A Secção Áurea dos irmãos Villon Duchamp, conservou do Cubismo, apenas o fraccionamento geométrico da superfície pintada, os artistas que seguiam esta tendência, apenas tinham em comum a admiração por Cézanne, e a sua visão construtiva do mundo. A definição de Secção de Ouro provem de uma medida, uma proporção, formulada por Vitrúvio, que definia a proporção ideal entre duas grandezas. Esta proporção foi retomada no Renascimento com o tratado da “Divina Proporção”, de Luca Pacioli, e o “Tratado da Pintura” de Leonardo da Vinci. Estes conhecimentos serviram de base, para o desenvolvimento de conceitos como, a “visão piramidal do Homem”, segundo o qual, o olho humano seria o vértice de várias pirâmides, provenientes de todo e qualquer objecto observado. A substituição dos planos estáticos das fases anteriores, por estes novos planos piramidais, conferiu um novo movimento e dinamismo, às obras realizadas.”

Fórmula da “Secção de Ouro “
1=1,618
_______
0,618 1

O ORFISMO
Delaunay entra para o grupo do “Bateau-Lavoir” em 1909 em conjunto com Albert Gleizes, André Lhote, Jean Metzinger, Francis Picabia e o escultor Alexander Archipenko.
Artistas que formam o núcleo inicial do estilo do Cubismo para além dos fundadores Picasso e Braque.
O problema da cor no Cubismo inicial torna-se na preocupação de Robert Delaunay (1885/1941), que em reacção ao Cubismo Analítico de Picasso e Braque, quase monocromático, cria uma linguagem cubista que faz um uso dinâmico das cores saturadas.
A este desenvolvimento do Cubismo, Apollinaire dá o nome de “Orphisme”, definindo-o como “a arte de pintar novas estruturas a partir de elementos que não foram retirados da esfera visual, mas foram criados pelo próprio artista, dando-lhes este uma realidade completa”. As obras do artista Órfico devem "dar simultaneamente um prazer estético puro, uma estrutura que seja evidente, e um significado sublime, o tema. Isto é, arte pura.”(In “Les peintres cubistes” Guillaume Apollinaire, 1913.)
Delaunay, declarou por seu lado, que na pintura “somente as cores, são a forma e o tema”.
Apollinaire, associara Leger, Picabia, Marcel Duchamp e mais tarde o pintor Frank Kupka a esta tendência a que se viria juntar Sonia Terk.
As investigações de Delaunay vinham na sequência das dos impressionistas, de Seurat, e da leitura do tratado sobre a cor de Eugène Chevreul (que trata do contraste simultâneo).
Tal como Picasso e Braque, Delaunay estava preocupado com problemas formais e tentou especialmente combinar vários aspectos de figuras e objectos na mesma pintura. Ele mesmo viria a dar o nome de “Simultanéisme” a esta pintura, que viria a caracterizar nas seguintes palavras: ”Nada é horizontal ou vertical - a luz tudo deforma, quebra todas as coisas”. Neste aspecto o seu trabalho aproxima-se das experiências contemporâneas dos Futuristas.
A originalidade de Delaunay, e a sua importância na história da arte moderna, é que gradualmente veio a dispensar o “motif”, o tema, e a basear a sua pintura nos efeitos geométricos da refracção do próprio espectro da cor e no círculo cromático.
As suas pinturas tornam-se em fragmentos do arco-íris, e em 1912, pinta Le Disque, uma pintura “não objectiva” ou seja, não derivada de um motif da natureza, mas composta como um padrão geométrico de cores.
Nesta altura já Kandinsky em Munique experimentava as suas “improvisações”, que também eram não objectivas ou não figurativas. A primeira exposição do recém formado grupo “Der Blau Reiter” em Munique em Dezembro de 1911 incluiu trabalhos de Delaunay e desde aí, Delaunay e Kandinsky mantiveram correspondência.
De facto, a influencia de Delaunay foi maior na Alemanha que em França, e foi marcante em Franz Mark e Paul Klee.
DELAUNAY (Robert), pintor francês (Paris, 1885 – Montpellier, 1941). A seu ver, o quadro devia ser uma organização rítmica baseada numa selecção de planos coloridos.
Além disso, Orfismo foi um termo bastante utilizado pelos simbolistas.
Assim se referiu Apollinaire sobre o movimento:
«O Orfismo é a arte de pintar novas estruturas a partir de elementos que não foram tomados da esfera visual mas foram inteiramente criados pelo próprio artista e por este dotado de plena realidade.
«As obras do artista orfista devem simultaneamente propiciar um puro prazer estético, uma estrutura que é evidente em si mesma e um significado sublime, ou seja, o tema».
De fato, Delaunay e Frank Kupka, outro importante membro do movimento, estiveram entre os primeiros artistas desse século a utilizarem-se de formas não representativas, buscando pontos de contacto entre a música e a abstracção pura.
Uma característica marcante do Orfismo era a importância da cor.
É o próprio Delaunay quem declara: «Só a cor é simultaneamente forma e motivo.»
Tanto quanto o Cubismo, o Orfismo preocupa-se em combinar figuras e objectos numa mesma obra.
Além disso, Delaunay, foi cada vez mais se desligando do motivo natural, para basear a sua obra em padrões geométricos de cores.
KUPKA (François), pintor tcheco (Opocno, 1871 – Puteaux, 1957). Um dos iniciadores, em Paris, da arte abstracta.
Entre os outros pintores que se utilizaram das premissas orfistas, destacam-se: Fernand Léger, Francis Picabia, e Marcel Duchamp.
LÉGER (Fernand), pintor francês (Argentan, 1881 – Gif-sur-Yvette, 1955). Depois de ter participado do movimento cubista, afirmou seu carácter pessoal, executando quadros inspirados na mecânica (engrenagens, pistões, bielas etc.). Pintou também objectos isolados ou reunidos em composições sistematicamente ordenadas.
PICABIA (Francis), pintor francês (Paris, 1879 - id., 1953). Participou dos movimentos cubista e dadaísta, sendo um dos pioneiros da arte abstracta.
DUCHAMP (Marcel), pintor francês (Blainville, 1887 – Neuilly-sur-Seine, 1968). Inicialmente influenciado pelo Cubismo, teve depois participação importante no movimento dada e no surrealismo. Tendo-se fixado nos E.U.A., dedicou-se à "antiarte" e em 1914 criava o primeiro ready-made. As suas pesquisas viriam a exercer influência na "Pop-Art".

Giacomo Balla (1871 -1958) Futurismo







Boccioni, Umberto (1882-1916) - Futurismo




States of Mind: The Farewells
States of Mind: Those who go
States of Mind: Those who stay
1911 Oil on canvas70.5 x 96.2 cmMuseum of Modern Art, New York


Elasticity - 1912Oil on canvas39 3/8 x 39 3/8 in.Collection Dr. Riccardo Jucker, Milan



Horizontal Volumes - 1912Oil on canvas37 3/8 x 37 5/8 in (95 x 95.5 cm)Staatsgalerie Moderner Kunst, Munich



Dynamism of a Soccer Player - 1913 Oil on canvas193.2 x 201 cmMuseum of Modern Art, New York


Dynamism of a Man's Head - 1914Pasted papers, watercolor, gouache, ink,and oil on canvasCivico Museo d'Arte Contemporanea, Palazzo Reale, Milan



Interior with Two Female Figures - 1915 Watercolor, tempera, ink, and pencil on cardboard25 7/8 x 18 7/8 in (65.7 x 47.9 cm)Civico Gabinetto dei Designi, Castello Sforzesco, Milan



Development of a Bottle in Space - 1913 Bronze15 x 24 x 13 in (38.1 x 61 x 33 cm)Private collection


Unique Form of Continuity in Space - 1913 Bronze126.4 x 89 x 40.6 cm Private collection, Rome